setembro 25, 2005

oS gRaNdEs AmIgOs QuE já NãO o SãO

Olho para a minha lista de contactos no telemóvel e vão aparecendo os nomes, um a um e associo a cada um deles um breve pensamento… “O que será feito da Maria? Será que se está a dar bem no curso?”, “Olh’ó Manel, há tanto tempo que não falo com ele, nem sei se ainda está a trabalhar na pastelaria!”, “Ana…desde o Natal que não tenho notícias dela!”, “Chiiiii…nunca mais combinei sair com a Joana e o namorado!”, “O Miguel também nunca mais disse nada”…e por aí fora! Chego ao MSN e percorro igualmente a minha infindável lista de contactos e dou-me conta de que alguns deles a partir de um determinado momento estão lá apenas a fazer papel de figurantes. Não seria mais rentável, fazer esse papel por exemplo numa novela? Ao menos sempre eram remunerados, e acabam por ter experiências diferentes, conhecer gente nova e perder (ou neste caso, ganhar) o mesmo tempo.
Mas não, as pessoas insistem em fazerem-se passar por amigos, tipo….amigos de ocasião: natal, aniversário, festa x, saída y, ocasião k… E o cúmulo ainda é maior se lermos as palavras que essas pessoas amavelmente nos dirigem nas “ditas” ocasiões especiais: “esta grande amizade….” Mas que grande amizade? Onde é que ela está que eu sinceramente não a vejo?! Estarei cega?! Ou então “Tenho a certeza que nunca nos vamos separar”, mas não estaremos nós já separados pela nossa apatia?!


Será que estas pessoas acreditam que uma amizade vive (ou sobrevive) apenas com contactos esporádicos, palavras profundas, mas de tal modo banalizadas e sem correspondência comportamental, que acabam por se tornar demasiado ocas para as conseguirmos ouvir?!....

Uma relação entre duas pessoas, seja ela um casamento, um namoro ou uma “simples” amizade, para continuar viva e saudável exige tempo e dedicação. As pessoas devem olhar no mesmo sentido, ter um mínimo de vivência comum, ter interesse em ver o “outro lado”, saber ouvir o outro, querer que a relação x se mantenha, imune ao tempo, à distância, aos desencontros que a própria vida cria. Cada vez mais acredito que as pessoas pensam que uma vez estabelecida uma “verdadeira” amizade, ela nunca mais desaparece, somente pelo facto de “rotularmos” aquela pessoa como nossa amiga, mas quando nos damos conta já não a conhecemos: ela já deixou de gostar de ouvir a música x, de ir comer ao lugar y, já mudou o corte de cabelo e já progrediu tanto enquanto pessoa que deixámos de compreender as suas atitudes, como anteriormente o fazíamos.


Quero apenas com isto chamar a atenção para o facto de a amizade não ser imune ao desgaste que o tempo e a distância (muitas vezes mais espiritual do que geográfica) produzem, porque ela exige de nós a vontade e a luta constante para a preservar! É claro que as pessoas são livres de fazer as suas próprias opções, por isso se essa distância foi a sua escolha, ao menos tenham a humildade de a admitir e deixem cair essa máscara de amigos que não só ilude e magoa os outros, como também as engana a elas próprias.

Enfrentem o touro de frente…”

setembro 21, 2005

há SEMPRE...

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa
Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz NÃO
Excerto de Trova do Vento, Manuel Alegre

setembro 16, 2005

FaNtAsMa Da ÓpErA


“All I Ask of You Lyrics”

with all my love, only for you...you kown!

RAOUL
No more talk
of darkness,
Forget these
wide-eyed fears.
I'm here,
nothing can harm you -
my words will
warm and calm you.
Let me be
your freedom,
let daylight
dry -your tears.
I'm here,
with you, beside you,
to guard you
and to guide you . . .

CHRISTINE
Say you love me
every
waking moment,
turn my head
with talk of summertime . . .
Say you need me
with you,
now and always . . .
promise me that all
you say is true -
that's all I ask
of you . . .

RAOUL
Let me be
your shelter,let me
be your light.
You're safe:
No-one will find you
your fears are
far behind you . . .

CHRISTINEAll
I want
is freedom,
a world with
no more night . . .
and you
always beside me
to hold meand to hide me . . .

RAOUL
Then say you'll share with
me one
love, one lifetime . . .
Iet me lead you
from your solitude . . .
Say you need me
with you
here, beside you . . .
anywhere you go,
let me go too -
Christine,
that's all I ask
of you . . .

CHRISTINE
Say you'll share with
me one
love, one lifetime . . .
say the word
and I will follow you . . .

BOTH
Share each day with
me, each
night, each morning . . .

CHRISTINE
Say you love me . . .

RAOUL
You know I do . . .

BOTH
Love me -
that's all I ask
of you . . .
(They kiss)
Anywhere you go
let me go too . . .
Love me -
that's all I ask
of you . .
(CHRISTINE starts from her reverie)

CHRISTINEI
must go -
they'll wonder where I am . . .
wait for me, Raoul!

RAOUL
Christine, I love you!

CHRISTINE
Order your fine horses!
Be with them at the door!

RAOUL
And soon you'll be beside me!

CHRISTINE
You'll guard me, and you'll guide me . . .
(They hurry off. The PHANTOM emerges from
behind the statue)

setembro 15, 2005

PsiCoLoGiA - a mudança anunciada


Uma perspectiva da Psicologia actual e futura, por David Magnusson, um psicólogo sueco que desenvolveu grande parte da sua actividade na área da psicologia educativa.
«"O que aí vem, para o terceiro milénio, é uma nova ciência: a ciência do desenvolvimento, no interface entre a psicologia, a medicina, a sociologia e a antropologia"

"Há duas coisas importantes a acontecer. Uma é o desenvolvimento das ciências. Como representante sueco em inúmeras organizações internacionais de pesquisa (...) tenho testemunhado o que está a acontecer noutras ciências e sei quanto temos ainda que aprender e o pouquinho que na verdade sabemos em psicologia. Há muitas indicações nas outras ciências. Do que precisamos é de uma perspectiva holística,actualmente a corrente líder na investigação das ciências da vida. Em relação ao futuro espero que os psicólogos prestem mais atenção ao fenómeno real, antes de começarem a fazer cálculos, e que utilizem os métodos apropriados para estudar o fenómeno"

Para onde vai a psicologia?
"Precisamos de um modelo integrado, da mesma forma que os cientistas das ciências naturais têm um modelo integrado comum sobre a natureza. Os da física atómica têm uma linguagem comum com os astrónomos, por exemplo. O que defendo é que precisamos do mesmo modelo comum para o ser humano, que torne possível planear, desenvolver e interpretar temas específicos de investigação a todos os níveis e de acordo com um único modelo teórico integrado. Só assim poderemos ultrapassar a fragmentação na psicologia, que leva a que profissionais de uma corrente não se entendam com os de outra, porque não têm uma linguagem comum."
Há indícios nesse sentido?
"Sim. Estamos a caminho de uma visão holística. Mas os processos históricos são muito lentos e há sempre resistência à mudança. O que estou a fazer é apenas uma pequena parte de uma corrente muito mais vasta, que está em marcha. O que aí vem, para o terceiro milénio, é uma nova ciência: a ciência do desenvolvimento, no interface entre a psicologia, a medicina, a sociologia e a antropologia.Só com essa abordagem holística será possível perceber o que acontece no desenvolvimento da pessoa"»

In DN, Filomena Naves (1997)

setembro 14, 2005

OuViNdO o SiLêNcIo... ...

«Três homens um dia decidiram adoptar a prática ascética de guardar silêncio absoluto até à meia-noite, altura em que iriam contemplar a lua cheia. Passado algum tempo um dos homens, distraidamente, exclamou: "Ora, é muito difícil não abrir a boca!". Ao ouvi-lo falar, um dos outros disse: "Você está a falar e isso é proibido!". Então, o terceiro, indignado com os outros dois, saiu com esta: "Vejam lá, sou eu o único que não falou"»

Esta simples estória é o reflexo do mundo barulhento em que vivemos: os ruídos dos carros e dos aviões, o som dos rádios, televisões e telemóveis, a gritaria das pessoas, e a dependência completa das palavras. E pouco espaço resta para ouvirmos o silêncio que a modernidade tanto despreza, porque passou a ser compreendido apenas como a ausência do ruído. Mas o silêncio tem muito mais valor, é muitas vezes nele que nos encontramos a nós próprios, que nos concentramos, que alinhavamos pensamentos, tomamos decisões importantes, encontramos respostas e é também em silêncio que são feitas muitas juras de amor, porque o silêncio vale mais do que mil palavras que possam ser proferidas nesses momentos.

O silêncio é uma lufada de ar fresco, que nos faz encarar as coisas de maneira diferente, porque é nele que conseguimos encontrar a calma e a força para ultrapassar os momentos difíceis com que nos deparamos e é nele que a beleza do amor é vista com outros olhos. Nem que seja por breves instantes, oiçamos apenas o silêncio… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …