As coisas vulgares que há na vida
não deixam saudade,
só as lembranças que doem
ou fazem sorrir.
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir.
São emoções que dão vida
à saudade que trago,
aquelas que tive contigo
e acabei por perder.
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer.
A chuva molhava-me o rosto
gelado e cansado.
As ruas que a cidade tinha
já eu percorrera.
Ai... O meu choro de moça perdida
gritava à cidade,
que o fogo do amor sob a chuva
à instantes morrera.
A chuva ouviu e calou
o meu segredo à cidade,
e eis que ela bate no vidro
trazendo a saudade.
(Jorge Fernando)
setembro 16, 2007
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